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Barzelletta ou frottola, sem esquema métrico regular (uma espécie de madrigal popular), onde provérbios e ditos populares se seguem a frases sem sentido. Lembra satíricas canções dos carnavais de Florença (“canti carnascialeschi”) e o Triunfo de Baco e Ariadne, de Lorenzo de’ Medici (mecenas e poeta): “Quant’è bella giovinezza,/ che si fugge tuttavia!/ Chi vuol esser lieto sia: / di doman non c’è certezza.” (“Como é bela a juventude,/ que nos foge todavia!/ Quem quer ser alegre, que o seja / do amanhã não há certeza.”)

5 ingegno e le parole, inteligências e dizeres: “nossos raciocínios e nossas palavras”, ou seja: nossos escritos.
6 antiche prole, antigas estirpes: “nossas antigas famílias, nossas tradições”.
8 fummo, fomos: quem fala são os mortos.
13-15 A imagem das caveiras relembra os lúgubres cantos dos piagnoni (os “chorões”), seguidores do radical e fanático frei Girolamo Savonarola, ditador de Florença entre 1494 e 1498.
Chiunque nasce a morte arriva
nel fuggir del tempo; e ‘l sole
niuna cosa lascia viva.
Manca il dolce e quel che dole
e gl’ingegni e le parole;
e le nostre antiche prole
al sole ombre, al vento un fummo.
Come voi uomini fummo,
lieti e tristi, come siete;
e or siàn, come vedete,
terra al sol, di vita priva.
            Ogni cosa a morte arriva.
Già fur gli occhi nostri interi
con la luce in ogni speco;
or son voti, orrendi e neri,
e ciò porta il tempo seco.

Quem nasce a morte atinge / no fugir do tempo; e o sol / em coisa alguma deixa vida. / faltam dores e prazeres / inteligências e dizeres; / e nossas antigas estirpes / sombras ao sol, fumaça indo. / Como vós, homens fomos, / alegres e tristes, como sois; / e agora somos, como vedes, / terra ao sol, aniquilada. / Todas as coisas a morte atinge. / Outrora foram nossos olhos inteiros / com a pupila em cada espelho; / ei-los vazios, horrendos e negros / e isso leva embora o tempo.

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