Redigido entre 1513 e 1518, enquanto Michelangelo trabalhava para o túmulo do papa Júlio II (veja-se soneto nº 6). Este madrigal (composição de estrutura livre) foi musicado por Bartolomeo Tromboncino de Verona, compositor contemporâneo do autor .
6 madonna, senhora: título de particular respeito na língua literária antiga.
Com’arò dunche ardire senza vo’ ma’, mio ben, tenermi ‘n vita, s’io non posso al partir chiedervi aita? Que’ singulti e que’ pianti e que’ sospiri che ‘l miser core voi accompagnorno, madonna, duramente dimostrorno la mia propinqua morte e’ miei martiri. Ma se ver è che per assenzia mai mia fedel servitù vadia in oblio il cor lasso con voi, che non è mio.
Como ousarei então / ora sem vós, meu bem, continuar vivo / se não posso ao partir vos pedir ajuda? / Esses soluços e prantos e suspiros / que o m¡sero coração levou até vós, / ó senhora, duramente demonstraram / minha morte próxima e meus martírios. / Mas se é verdade que por ausência / minha fiel servidão arrisca o oblívio, / o coração deixo convosco, que não é meu.